Visão da sociedade gaúcha para o futuro é apresentada em evento da CIC Teutônia
“O RS do futuro no presente“ foi tema do Almoço Empresarial da CIC Teutônia realizado nesta sexta-feira, dia 28 de abril. Tendo por local o Auditório 03 da entidade, o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy, apresentou visão da organização e da sociedade gaúcha quanto ao futuro do Rio Grande do Sul a partir do trabalho de foresight (antevisão) desenvolvido pelo Sebrae.
O trabalho é resultado de planejamento da instituição desenvolvido ao longo dos últimos dois anos na intenção de entender o que a comunidade gaúcha espera que aconteça até o ano de 2035, analisando tendências, previsão de cenários, construção de direcionadores, identificação das capacidades e inovações necessárias para a transformação da atuação futura do Sebrae. Mais de 1.300 empreendedores e 300 lideranças de diversos setores e regiões foram ouvidas. “Queremos ter uma visão completa do que os gaúchos esperam que vai acontecer num futuro que não é tão distante, mas nem tão perto que nossos planejamentos possam ter uma visão muito curta”, explicou Godoy.

Tendências
Conforme o palestrante, o mundo diminui cada vez mais com a interconectividade. “Algo que demoraria a chegar no RS chega instantaneamente. Por isso, não podemos olhar apenas para a realidade do nosso Estado, não somos uma ilha. Esse trabalho de antevisão busca fazer a diferença, inclusive podendo orientar políticas públicas”, afirmou.
Entre as tendências apontadas pelo público que participou do levantamento, Godoy elencou a erosão social e institucional; vida e cotidiano remodelados; ascensão do bem-estar e novos olhares para a saúde; sociedade redesenhada; produção criativa, autoral e de nicho; capitalismo regenerativo; convergência tecnológica; digitalização da economia e a revolução dos dados; ressignificação do trabalho e a reinvenção do emprego; revisão do sistema de educação e aprendizado. “As pessoas vão viver mais, precisamos pensar como sustentar tudo isso, a estrutura do Estado e da previdência para atender uma camada cada vez maior da população acima dos 50-60 anos. Também devemos estar atentos à preservação e à qualidade do Meio Ambiente; em como a tecnologia interfere na estrutura de planejamento das empresas e das cidades, conscientes de que o ‘novo petróleo’ são os dados privados. Ainda é preciso descobrir como fazer com que as novas gerações se interessem pela educação”, exemplificou.

Para onde olhar
A partir do mapeamento, das análises de tendências e do diálogo com atores estratégicos foram identificados quatro ângulos, perspectivas transversais para olhar para o futuro do empreendedorismo e dos pequenos negócios no RS: novas economias (potencializar vocações, sofisticar os negócios, criar ofertas de impacto positivo e operar mercados globais); juventudes empreendedoras (competência, confiança e propósito criam uma rede abrangente de apoio institucional); prosperidade de microterritórios (movimento por redes realizado por comunidades sustentáveis e inteligentes); e equidade digital (promovendo acesso, expandindo atuação e gerando relevância).
“Pessoas se movem por desafios. Empresas precisam entender essa realidade para usar essa capacidade. Diante de todas as discussões, sugerimos que a economia madura tenha papel fundamental no financiamento das novas economias”, afirmou.
Por fim, o palestrante alertou para armadilhas dos modelos de visão de futuro: erro de assumir que o caminho para o futuro é um fluxo simples e constante de fatos passados; erro de projetar o futuro a partir de uma única variável, mantidas as demais constantes; e erro de considerar que o futuro desenhado, o destino desejado ou o objetivo estabelecido, são pontos fixos, imunes à dinâmica da realidade. “A revisão constante é absolutamente necessária. Investigue a realidade, analise dados, construa cenários, projete visões, teste e, então, comece novamente. Portanto, visão de longo prazo, com ciclos curtos de revisão, baseados em análise de dados e exercícios preditivos”, concluiu.
Os tradicionais Almoços Empresariais da CIC Teutônia contam com o patrocínio de 3F1B Móveis Estratégicos, Marcauten Registro de Marcas, Certel, Reinigend, Colégio Teutônia, Sicredi Ouro Branco, Cooperativa Languiru, Unimed VTRP e Univates, com o apoio de Grupo Popular.
TEXTO – Leandro Augusto Hamester