“Carta de Osório” foi elaborada com a participação de mais de 100 lideranças empresariais de diferentes segmentos da economia gaúcha
Na última sexta-feira (26) o presidente da CIC Teutônia, Renato Lauri Scheffler, que também é vice-presidente regional da Federasul; e a diretora da Indústria da CIC, Cintia Lopes de Abreu Schmidt, participaram da tradicional Reunião de Integração da Federasul, que ocorre anualmente no mês de janeiro no Parque Eólico, em Osório.
Com a participação de mais de 100 lideranças empresariais do Estado, o evento foi palco de debates estratégicos que valorizaram as conquistas de 2023 e os desafios, preocupações e expectativas para 2024. A Reunião de Integração é a primeira atividade do ano da Federasul e contou com representantes de diversos setores da economia gaúcha.
Fruto do encontro, na Carta de Osório elaborada pelos líderes empresariais ficou registrada como premissa a grande contrariedade em relação aos decretos retirando os incentivos fiscais. O documento aponta que “um ambiente acolhedor ou hostil definem escolhas para investir, retrair ou realocar recursos em busca de segurança e estabilidade, moldando as bases do desenvolvimento socioeconômico futuro do Rio Grande do Sul e do Brasil”. Em outro trecho, a Carta destaca que “a economia se move por confiança e na ausência de estabilidade e previsibilidade em políticas públicas de longo prazo, surgem alicerces instáveis para uma prosperidade sustentável, construídos sobre a insegurança de quem trabalha, produz, gera riquezas, renda e arrecadação para solução dos problemas sociais e ambientais”.
O texto ainda elenca dez ações consideradas urgentes e que requerem atenção prioritária “sob pena de prejuízos irreversíveis a curto e médio prazos”. No que diz respeito ao Estado, a Federasul pede a revogação de decretos que inviabilizam setores e retiram renda da população; e evolução nas ações que buscam facilitar a implantação de reservatórios hídricos que podem contribuir com a redução dos impactos causados pelas estiagens no Estado.
A ações federais pedem celeridade nas políticas públicas de resgate das regiões atingidas por fenômenos climáticos extremos, com financiamentos a juros fixos compatíveis com a gravidade da situação; enfrentamento à concorrência desleal do e-commerce internacional por meio de equiparação tributária com quem gera empregos e negócios no Brasil; resgate da cadeia produtiva nacional de resinas termoplásticas; estabilidade nas políticas públicas federais vigentes até 2027 de resgate aos setores de eventos, fragilizados pela pandemia; evolução legislativa para o enfrentamento ao crime organizado na expansão da informalidade e pirataria; readequação de decreto referente à equidade salarial no exercício da mesma função, evitando a exposição de trabalhadores e empresas; reavaliação dos critérios de renovação de concessões públicas sem participação efetiva de representação da Sociedade Civil Organizada; e integração dos governos com a Sociedade Civil Organizada por meio de agenda permanente de diálogo, permitindo evoluir com políticas públicas.
O documento finaliza com as lideranças empresariais colocando-se à disposição para contribuir de forma propositiva para a evolução da democracia e qualidade de vida de todos os brasileiros.
A programação do encontro teve falas do presidente da Federasul, Rodrigo Souza Costa; da presidente do Conselho da Mulher Empreendedora, Simone Leite; e do vice-presidente de Integração, Rafael Sittoni Goelzer; palestra sobre impactos sociais e econômicos de decretos estaduais, com o diretor Altair Antônio Toledo; manifestação de representantes das ACIs, Diretoria e entidades parceiras; palestra “Análise dos desafios parlamentares de 2024”, com a deputada Any Ortiz, líder da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados, e o deputado Pompeu de Matos, vice-presidente da Mesa Diretora; apresentação de análise econômica com o vice-presidente de Economia, Fernando Marchet; e apresentação do calendário de atividades para o atual exercício.
TEXTO – Leandro Augusto Hamester
