Eventos online ao longo do mês de maio valorizaram o segmento industrial teutoniense
No dia 25 de maio, data em que é celebrado o Dia Nacional da Indústria, foi realizada a quarta e última live alusiva à data comemorativa, neste que foi o segundo evento voltado ao setor industrial organizado pela CIC Teutônia. Na ocasião ocorreu o Painel da Indústria, com apresentação de iniciativas de sucesso e ações decisivas de empresas locais para o enfrentamento do cenário atual adverso e visando o futuro.
Geração de emprego e renda
O presidente da CIC, Airton Roque Kist, valorizou o setor industrial para a economia teutoniense. “O segmento representa 52% de toda mão de obra empregada de Teutônia. A CIC, com seu papel associativo, quer dar a sua contribuição para o desenvolvimento do município, com geração de emprego e renda, que fortalecem as condições sociais da comunidade.”
A vice-presidente da Indústria, Cintia Lopes de Abreu Schmidt, falou da organização do evento no formato online. “Ao longo do mês de maio foram quatro lives ao vivo pelo Facebook e canal da CIC no Youtube. Inovamos, nos reinventamos”, disse, agradecendo ainda aos patrocinadores Languiru, Certel e Sicredi.
Atitude e disciplina
O sócio proprietário da Águia Comercial, Cleiton Antônio Dahmer, enalteceu a união da equipe, a atitude e a disciplina para superar os momentos de dificuldade em tempos de pandemia. “Somos uma empresa compacta, mas bastante unida em busca do mesmo objetivo. Um dos nossos diferenciais é o relacionamento comercial, o que nos fortaleceu durante a pandemia. Essa proximidade vai além da relação comercial, você passa a fazer negócios com pessoas, e não somente CNPJs, e isso muda tudo. As tecnologias auxiliam neste momento de pandemia, nós também usamos essas ferramentas que vieram para ficar e para agregar muito ao sistema tradicional, que jamais será substituído. Com atitude e disciplina, as empresas que souberem usufruir da tecnologia e continuarem mantendo as relações com seus clientes, voltarão muito mais fortes no período pós-pandemia.”
Inovação
O sócio proprietário da Cervejaria TeutoBier, Clécio Adriano Dullius, lembrou momentos de dificuldade e definiu a inovação como essencial para a sustentabilidade do negócio. “Imaginamos o pior cenário, com o mercado de bebidas muito atingido. Foram necessários ajustes no quadro funcional, inclusive o receio do produto vencer dentro dos fermentadores. Então surgiu a ideia de envasar o chopp em garrafa pet de um e dois litros. Os supermercados apoiaram a indústria local, a comunidade valorizou o produto daqui, e hoje estamos com 50% a mais de funcionários, tínhamos capacidade de produção de 20 mil litros e atualmente a capacidade é de 70 mil litros. Hoje, cerca de 70% das nossas vendas está na pet de dois litros. Durante a pandemia, ao invés de recuarmos, tivemos a oportunidade de avançar a partir da mudança de foco da empresa. Esperamos que logo tudo isso passe, estamos confiantes.”
Diversidade
O presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, destacou o processo de gestão e a diversidade de negócios como essenciais para o enfrentamento da crise. “Quando se tem gestão, qualquer negócio é viável. Além disso, investimos na diversificação de atividades, agregando valor à matéria-prima produzida nas propriedades rurais dos nossos associados. Assim conseguimos ser competitivos. Mesmo durante a pandemia, registramos o maior faturamento bruto da história, com R$ 1,84 bilhão. O diferencial da Languiru é que esse recurso permanece aqui e movimenta a economia local. Além da sustentabilidade econômica e financeira, a Languiru também investe no ser humano, na formação de novas lideranças e na sucessão familiar nas propriedades rurais. Apesar das adversidades, o cenário ainda é otimista, com crescimento a partir dos investimentos realizados e novos negócios, como o ingresso da Languiru no segmento de bovinocultura de corte. Adotamos diferentes estratégias para enfrentar a situação. Não é fácil administrar uma cooperativa tão diversificada.”
Planejamento antecipado
O proprietário da Fell Esquadrias, Carlos Roberto Fell, falou do projeto de expansão da empresa previamente planejado para 2026, mas que foi antecipado. “Nos deparamos com algo assustador e diferente, sem saber quanto à continuidade da empresa, até o dia em que decidimos agir e trabalhar contra o medo que rondava a todos. Buscamos linha de crédito e antecipamos o projeto. Alguns falaram que era loucura, mas visualizamos oportunidades. Investimos na instalação de placas solares, que nos permite hoje ser autossuficiente; realizamos obras estruturais; e importamos máquinas para produção. Também iniciamos trabalho de marketing para compensar a ausência de feiras, com a formação da equipe interna, além da capacitação dos vendedores. Buscamos novas parcerias no fornecimento de matéria-prima e hoje podemos afirmar que nunca vendemos tanto. Fomos assertivos em cada decisão tomada. O resultado já está vindo, embora esperássemos que isso fosse ocorrer a longo prazo.”
Reformulação
A proprietária da Speciale Chocolates Artesanais, Simone Aline Artus Konrath, lembrou a primeira onda da Covid-19 na Páscoa de 2020. “Estávamos com toda linha de produção pronta, mas não tínhamos muito tempo para pensar em estratégias. Foi um início cheio de incertezas, de revisão das ações planejadas, novas estratégias para se adaptar às restrições. Aproveitamos diversas ferramentas, principalmente redes sociais, pois não podíamos parar. Quando se viu que a pandemia não seria resolvida como num toque de mágica, foi necessária reestruturação interna, investimento no marketing de relacionamento, adesão ao delivery e aplicativos. Também buscamos assessoria do Sebrae no planejamento financeiro; alinhamos parcerias com empresas locais; criamos produtos especiais; reformulamos a parte administrativa e de produtos. A pandemia trouxe medo e insegurança, mas também nos empurrou para frente, e o resultado foi muito satisfatório.”
Qualidade de vida
O prefeito Celso Aloísio Forneck valorizou a determinação dos empresários. “Todos falaram do susto com a crise, mas foram capazes de se reinventar. Quando estamos diante de uma crise, temos duas alternativas: sentar, reclamar e pedir que os outros resolvam o nosso problema; ou ir atrás de soluções. Todo empreendedorismo se dá com base na capacidade de entender o cenário e disso gerar desenvolvimento. Além disso, os empreendedores seguiram valorizando a qualidade de seus produtos e serviços, bem como o relacionamento com a comunidade. A CIC sempre trabalhou muito esta ideia de valorizar o que temos aqui, é uma conquista de Teutônia. A cooperação é muito forte, e ela só existe quando você enxerga no outro uma possibilidade de também crescer. A pandemia nos ensinou que precisamos também olhar mais para dentro das nossas organizações e, como Município, não queremos ser maiores ou melhores que ninguém, mas queremos ter uma grande qualidade de vida.”
TEXTO – Leandro Augusto Hamester