CIC Teutônia sediou evento com lideranças dos Vales do Taquari, Rio Pardo, Jacuí e Centro
A CIC Teutônia, entidade filiada à Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul, foi sede do Fórum Macrorregional da Federasul para as regiões dos Vales do Taquari, Rio Pardo, Jacuí e Centro. O evento ocorreu nesta quinta-feira (03) e reuniu lideranças empresariais e autoridades para debaterem sobre desafios e oportunidades regionais.
A programação inicou na parte da tarde, com reuniões das pastas de Produtos e Serviços com executivos e presidentes de entidades filiadas; do Conselho da Mulher com Núcleos de Mulheres de entidades filiadas; e Manifesto Municipal do Empreendedor, com vice-presidentes regionais, presidentes e executivos de entidades filiadas.
À noite ainda ocorreram palestras e conversas com os temas “Associativismo empreendedor: transformando o presente para fortalecer o futuro”, com o presidente da Federasul, Rodrigo Souza Costa; “Metodologia da transformação: promovendo a mudança na prática”, com o vice-presidente de Integração da Federasul, Rafael Goelzer; e “O salto das mulheres”, com a presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da Federasul, Simone Leite.
Os fóruns organizados pela Federasul ocorrem em diferentes regiões do Estado e buscam fomentar a liderança, o engajamento e o pertencimento, além do desenvolvimento social e econômico. O evento em Teutônia contou com o patrocínio de CDL Porto Alegre, Corsan e Sicoob.
Enchentes
A pauta enchentes fez parte dos pronunciamentos, com destaque para projetos e atitudes de retomada da econonia regional, além da necessidade de conexão entre as entidades para alinhamento de discursos e, principalmente, ações de intercooperação na busca por soluções eficientes.
Goelzer mencionou iniciativas com olhar amplo às necessidades regionais e o apoio da entidade empresarial estadual. “O trabaho de credibilidade da Federasul está, também, em retratar a realidade dessas necessidades. Mais do que discursos, precisamos elaborar documentos que apresentem as demandas mais prementes, criando estratégias de ação. Não somos e não podemos ser ‘entregadores de papel’, nosso trabalho é construirmos juntos e fazermos acontecer. Identificamos uma série de necessidades, mas também há muitas janelas de oportunidades”, defendeu.
O vice-presidente regional da Federasul e presidente da CIC Teutônia, Renato Lauri Scheffler, apontou para a deficiência logística. “A situação não se resume apenas ao Vale do Taquari, mas ao Estado como um todo, considerando, por exemplo, que a BR 386 é utilizada por outras regiões para o transporte. Somos protagonistas da situação como região, mas o Estado também precisa olhar para essa realidade”, alertou, enaltecendo a importância do evento da Federasul em Teutônia. “Não falamos apenas de gargalos relacionados à infraestrutura, mas também sociais, ambientais e de produção. Precisamos participar ativamente da tomada de decisões, essa é a possibilidade que temos de transformarmos os municípios e as regiões como um todo.”
Associativismo
Costa falou da importância do trabalho conjunto. “Associativismo é estarmos de braços dados. As regiões nos trazem diferentes exemplos disso, para diferentes situações, como na mobilização estadual contra o aumento de impostos ou no período de enchentes.”
Também reafirmou a força dos cidadãos, especialmente em períodos eleitorais. “A política é movimentada pela opinião pública, e essa é nossa responsabilidade enquanto sociedade civil organizada. Nós precisamos saber qual Estado, região ou município queremos para 2035. No atual cenário, o Vale do Taquari está sendo acolhido pelo Brasil, não faltam iniciativas, o que falta é braço”, enumerou.
Goelzer endossou as palavras do presidente da Federasul e acrescentou que as eleições municipais são mais uma janela de oportunidade. “Temos duas escolhas a fazer: virar as costas ou criar mecanismos para que os eleitos tenham o melhor desempenho, apesar de todas as deficiências que possam ter. Quando deixamos de particiopar das decisões da nossa cidade, não temos o direito de cobrar o resultado final, que certamente será trágico. Precisamos municiar o poder público de bons projetos, uma cidade próspera ou decadente está na participação da sociedade no ambiente público e associativo, com ações objetivas, simples e pragmáticas”.
Vocação empreendedora
Simone encerrou a programação falando da força das mulheres, trazendo um retrato histórico dessa jornada de conquistas, de como a sociedade enxergava e onde as mulheres estão hoje. “Tivemos saltos efetivos ao longo dos anos e passamos a ocupar espaços que antes eram exclusivos dos homens. Conquistamos liberdade e independência, apesar de não termos tido as mesmas oportunidades. Vivemos numa sociedade com muitos preconceitos. Como vamos alcançar um cargo de liderança se nossa escada está cheia de obstáculos? Assim é muito mais dificil de inovarmos nos nossos negócios e nos tornarmos grandes empresárias. A maioria das mulheres não empreende por vocação, mas por necessidade”, apontou.
A presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da Federasul defendeu que o público feminino não necessita de cotas, mas sim das mesmas oportunidades do público masculino. Por outro lado, frisou que nem tudo são dificuldades. “Temos exemplos de mulheres que inspiram filhas, colegas de trabalho, vizinhas e até as invejosas”, sorriu.
TEXTO – Leandro Augusto Hamester